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Festival de Brasília do Cinema Brasileiro

A noite de abertura do 57º Festival de Brasília do Cinema Brasileiro foi marcada pela celebração de grandes carreiras de personalidades do cinema nacional. A Associação Brasiliense de Cinema e Vídeo (ABCV) prestou homenagem à documentarista Delvair Montagner e ao documentarista e maior símbolo do cinema candango, Vladimir Carvalho, com a entrega de um troféu à viúva do diretor. 

Na sequência, o cineasta Bruno Torres não escondeu a emoção ao receber flores do festival em homenagem póstuma à sua mãe, a produtora, cantora e atriz Mallú Moraes, que partiu neste ano. O cineasta paraense e fundador do Coletivo Pedra, Pedro Anísio, que também nos deixou em 2024, foi homenageado por sua contribuição ao cinema e à resistência política em meio à opressão da Ditadura Militar.

A grande homenageada da noite foi a veterana e premiada atriz Zezé Motta, saudada pelas apresentadoras do festival, Gleici Damasceno e Ana Luiza Bellacosta. O Cine Brasília ovacionou Zezé até sua chegada ao palco de pé. “Este prêmio é mais um incentivo para seguir esta caminhada”, disse a atriz, referindo-se tanto à atuação quanto à resistência política que é pauta de toda sua vida e carreira.

Zezé recebeu o Troféu Candango pelo Conjunto da Obra, que, segundo ela, dividirá espaço em sua estante com o seu primeiro Candango, recebido em 1975 por sua atuação em Xica da Silva, de Cacá Diegues. O filme, inclusive, terá hoje uma sessão especial na programação do Festival de Brasília, às 19h, na Sala 2 de Cinema.

Sala de Cinema Vladimir Carvalho

Durante a cerimônia de abertura, o secretário de Cultura e Economia do Distrito Federal, Claudio Abrantes, descerrou a placa que inaugura a Sala de Cinema Vladimir Carvalho, por meio de uma transmissão ao vivo em que todo o público pôde ver no telão a insígnia em homenagem ao documentarista paraibano-brasiliense.

Vladimir deixou saudades em outubro e recebeu uma homenagem póstuma do festival com exibição de um vídeo produzido por seu irmão caçula, o fotógrafo e também documentarista, Walter Carvalho.

O decreto 46.498, publicado no DODF em 5 de novembro, batizou a sala de projeção do Cine Brasília com o nome do cineasta e professor que marcou a história do cinema brasileiro e brasiliense desde o final dos anos 1960.

O diretor pernambucano Marcelo Gomes, do filme de abertura Criaturas da Mente, reconheceu a importância da estreia mundial do filme no Cine Brasília, quase 30 anos após estrear um curta-metragem no festival. “É muito emocionante voltar aqui e ser o primeiro documentário a ser exibido na Sala Vladimir Carvalho”.

Sidarta Ribeiro, neurocientista e pesquisador brasiliense de renome mundial, também ficou emocionado em subir ao palco do cinema. “Tem 30 anos que não venho aqui, mas passei 20 anos frequentando o Cine Brasília”.