A CPI e o mito desnudado - Cesar Cantu
Prezados (as),
Podem crer, o sucesso da CPI já está garantido, apesar de muitos estarem criticando a retirada de alguns indiciamentos e suavização de outros. Afinal, um presidente ser indiciado em 10 crimes, não é para qualquer presidente. Méritos ao nosso, ao seu referencial de moral.
Como toda atividade, uma ação política não se faz com uma operação única, um salto da base para o topo da escada, o resultado final desejado. É um processo, uma escalada degrau por degrau. A cada degrau, um resultado bom obtido.
A CPI subiu muitos degraus e colheu muitos resultados. Desmascarou a nefasta ação do governo Bolsonaro diante da pandemia e desmoralizou o seu clã não, apenas, junto à população inconsciente, mas, até, entre segmentos do próprio ninho bolsonarista. Rebaixou o prestígio do presidente a um nível inferior ao de todos os presidentes do Brasil. Destruiu o mito junto à grande parcela que, de mito, chamavam-no.
As raposas políticas da CPI agiram bem - exímias raposas. Ofereceram um produto que valia 100 por 120 justamente para negociar, retirar o 20 e ficar com o 100 desejado. O 20 retirado não é importante para o que se deseja. A acusação de genocida é muito difícil de ser tipificada e nem se conseguiria tipificar. Não é tão importante assim. Aliviar a acusação do Braga Neto foi, também, uma jogada política. O foco não é atingi-lo e nem as forças armadas; o alvo é Bolsonaro e não se deve perde-lo. O mesmo acontece com o Guedes, um falastrão útil e corrupto.
É bem possível que o topo da escada, o impeachment, não seja alcançado e é bom que não seja. Cassar Bolsonaro é viabilizar outro candidato mais inteligente e hábil, Mourão ou Lyra, que poderá aglutinar as forças de centro-direita e tornar a eleição de 2022 mais difícil. Vamos continuar desgastando Bolsonaro e vence-lo em 2022.
Guerra se ganha com estratégia, não com coragem ou força bruta. Parcela da esquerda precisa aprender isso, caso contrário continuará sendo comandada pela elite, como ocorre há 4 milhões de anos, desde que surgiu algo novo na terra, ao que chamaram de homo.
César Cantu
São Paulo, 22.10.21