O fora Bolsonaro e seu enfoque estratégico - César Cantu
Por isso, cresce o Fora Bolsonaro: Nas ruas, na imprensa, nas redes sociais e na mente do cidadão.
Mas, o Fora Bolsonaro define o “o que fazer”, não o “como” e nem o “para que” fazer.
- Impeachment via CPI / Congresso? Motivo há, mas e o “para que”? Para assumir Mourão? Mourão defende os mesmos propósitos e, muito mais polido e estratégico, poderá virar o jogo e se re-eleger. É isso que se deseja? Mourão de 2021 a 2026?
- Impedimento pelo STF por desvios psíquicos? Motivo aparente há, mas repete-se o caso anterior.
- Cassação da chapa via TSE? Tudo indica que há motivo, mas de difícil comprovação. De qualquer forma, assume Artur Lira, personagem conhecido, político matreiro, aliado ao bolsonarismo hoje e com grandes chances de re-eleição em 2022. É isso o que se deseja?
- Eleições de 2022? Certamente, Bolsonaro continuará fazendo os estrategos até lá mas, desgastado, poderá perder as eleições para um candidato eleito pelo povo. Está resolvido o problema? Sim e não. Não, se o eleitor cair na cilada e repetir 2018, mas não é muito provável de ocorrer.
Por tudo isso, o Fora Bolsonaro precisa ser melhor analisado sob o enfoque estratégico das quatro alternativas acima e não, simplesmente, visto como uma bandeira a ser abraçada sob a égide do desejo, necessidade ou ideário.
Não tenho uma opinião totalmente formada, mas lembro-me de um campeonato de xadrez quando, afobado, derrubei a torre oferecida e recebi o xeque-mate em seguida. Nunca mais esqueci. E deve estar na mente de muitos a torre oferecida, estrategicamente, em 2018.
César Cantu
São Paulo, 2021.07.28