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O Fundão e os interesses corporativos - César Cantu

-        De acordo com a Constituição, o regime político é a democracia representativa. Os eleitores devem eleger os seus representantes filiados a um partido político.

-        Para que o eleitor acerte na sua escolha, ele precisa conhecer bem os partidos e seus candidatos, seus programas de governo e seus históricos de vida;

-        Por isso, os partidos políticos devem existir e, para cumprir sua função, devem dispor de verbas.

FUNDO PARTIDÁRIO:

A ÚNICA ALTERNATIVA EXEQUÍVEL

 

-        Essas verbas podem vir de várias fontes, lícitas ou não: Pessoas físicas e jurídicas, entidades constituídas (Sindicatos, religiões, ONG’s e outras), conglomerados empresarias nacionais ou internacionais, outros países, organismos de controle e dominação internacionais como a CIA, KGB e, obviamente, do Estado;

-        É claro que, quem doa, quer retorno, quer que os partidos e candidatos eleitos façam, dentro dos organismos do governo, algo para favorece-los: O cidadão quer ter acesso ao seu candidato financiado para obter conveniências, as empresas querem ter seus negócios facilitados, os grupos organizados querem “proteção do Estado”, os países estrangeiros querem o domínio geopolítico e o Estado, constituído pelos representantes eleitos pelo povo, quer ter a liberdade de agir livremente, de acordo com o programa votado, sem interferência privilegiada de qualquer grupo.

-        Qual a melhor opção para o eleitor que votou num partido e seus candidatos de acordo com o programa e histórico individual?

-        Sem dúvida, o financiamento pelo Estado;

-        Mas, é muito dinheiro que irá faltar em áreas prioritárias;

-        Para 2022, são R$ 5,7 bilhões, quer seja, R$ 1,60 / eleitor / mês. Será que é muito dinheiro para a finalidade citada? Será que não se pode tirar dinheiro de outras áreas, por exemplo, dos polpudos salários e benefícios da elite estatal ou azer uma renegociação dos juros da dívida pública que consome R$ 420 bilhões todo ano?

-        Mas, os eleitos podem falhar, não fazerem o que prometeram?

-        Sim, isso costuma ocorrer, mas é uma questão de “sistema político” e voto errado, não de financiamento de campanha;

-        Não quero interferir na decisão de ninguém, mas, particularmente, quero o financiamento do Estado. Não quero nem o meu financiamento pessoal (se tivesse dinheiro como muitos têm) para não incidir na tentação de bater nas portas dos poderes para obter vantagens;

-        Mas, se o fundo partidário é a melhor alternativa, porque muitos são contra e porque a grande mídia promove, sistematicamente, uma condenação a sua existência?

-        Ora, resposta óbvia: Interesse corporativo, nada mais do que isso. Querem abrir as portas do governo para suas atividades.

-        Parece óbvio que o conjunto dos eleitores deve fazer o mesmo, ter um governo eleito por eles com liberdade para cumprir o Programa de Estado votado por eles mesmos.

 

César Cantu

2021.07.17

 

 

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