Traição - Ruy Telles
A história, tanto divina, quanto humana, nos trás uma série de traições que se tornaram referência de mau caráter , quanto a falta de princípios. Lucifer traiu Deus; Brutus traiu Júlio Cesar, Judas traiu Jesus, Silvério traiu Tiradentes, Calabar traiu os portugueses, Lula traiu Zé Dirceu, Dilma traiu Lula.
Citei alguns exemplos conhecidíssimos, mas por razões que nem Freud explica, tem pessoas que traem com a maior facilidade, e ainda se dizem injustiçadas quando suas traições são descobertas. Os pecados capitais, já previam esse comportamento. Se no céu, alguém por vaidade, ou inveja traiu Deus, o que poderíamos esperar de seres humanos que se julgam mais importantes do que, realmente, o são.
É comum sermos perguntados se, como nós, oriundos do exército, não estranhamos o fato de alguns militares, que estiveram entre os escolhidos por Bolsonaro, a fim de constituírem a sua equipe de governo e, posteriormente, dispensados do cargo, saírem falando mal, de quem os colocou na mídia. Afinal: não existe corporativismo entre os militares?
Não, não existe corporativismo, e sim respeito as instituições e, principalmente aos deveres com o Brasil. Quando o presidente deixou de atender interesses de políticos que foram eleitos, graças ao seu engajamento na campanha que levou Bolsonaro a ser eleito, os mesmos abandonaram o barco que acreditavam que naufragaria sem sua ajuda, não sabiam que ao saltar n’água iriam morrer afogados e o barco continuaria a navegar, ultrapassando as tempestades, apesar do bombardeio que recebe; mas, voltando aos militares: alguns generais que estavam no poder e o perderam, por acharem que estavam ajudando a um capitãozinho, quebraram a cara, e agora criticam a quem não aceitou seus “conselhos”.
Alguns inclusive já se preparando para serem candidatos, não importa a que cargo em 2022. Eu sai do Exército na graduação de subtenente, mas tenho certeza absoluta, que em termos políticos, perto deles, sou PHD. Como praça não fiz EsAO, não fiz ECEME, nem ESG, mas fui candidato a deputado federal, a deputado distrital, fiz parte da executiva dos partidos, inclusive no cargo de presidente.
São mais de 30 anos, envolvido em politica partidária e mais de 50 em politica esportiva, inclusive como vice presidente regional da CBF, além de presidente das federações de futebol e futebol de salão, bem como presidente da federação dos clubes sociais de Brasília (naquela época eram 52 clubes), Apesar de ter sido o anfitrião de Bolsonaro, quando de sua chegada em Brasília, em 1990; ter dado cobertura a ele em termos de mídia, como apresentador de televisão e editor de jornal diário, jamais me senti no direito em pedir cargos ou favores ao mesmo e que, após a sua eleição a presidente, nunca mais o encontrei. Se ele for um bom presidente, o que está sendo, para mim já é o suficiente.
Ruy Telles - Sobradinho.