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O capitalismo tenta se redimir... César Cantu

Biden acaba de criar o feriado nacional da Libertação dos Escravos. Demorou, mas criou. A mídia tem acelerado denúncias de crimes identitários (Racismo, preconceitos contra a diversidade, as minorias e outros), de cunho utilitarista (Condições de pobreza, saúde, moradia, educação) e ambientais.

 

Esses crimes foram gerados pela própria estrutura capitalista ou, pelo menos, agravados por ela que, agora, tenta se redimir porque, cada vez mais, são repugnados pelo ideário popular. E, quando o próprio agente se redime, com certeza, um grande avanço é esperado.

 

Mas, há uma armadilha: Procura-se redimir de crimes que, apesar de medonhos contra a humanidade, representam aspectos secundários na estrutura de poder capitalista. E o objetivo é claro: Ocultar e continuar praticando o crime principal, o crime-raiz: A manutenção das medonhas diferenças socioeconômicas, culturais, morais e de poder que dividem a sociedade em uma minoria poderosa e privilegiada de um lado e, do outro, mantém a imensa massa de desassistidos, sem as mínimas condições de vida, sem qualquer poder.

 

Historicamente, essas lutas têm sido a principal bandeira dos movimentos populares e políticos de esquerda até hoje. Passarão a ser luta da direita, da elite. Resta saber se os movimentos populares e políticos de esquerda conseguirão avançar para a verdadeira, e até esquecida, luta - a luta de classes. Basta dizer que 70% da população possui renda inferior a R$ 50 mil, 27% entre R$ 50 e 500 mil, 3% acima de R$ 500 mil, dos quais apenas 0,15% acima de R$ 1 milhão (Monitor Mercantil).

 

César Cantu

2021.06.18