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Descrédito total - Ruy Telles

O caminhão para o sucesso é palmilhado de muito suor, renuncias e seriedade, mas é possível chegar-se lá; o difícil é permanecer no topo. Durante anos e anos, sob a batuta de um homem sério e trabalhador, a empresa que ele dirigia chegou, onde poucas empresas conseguem neste mundo de eterna concorrência, aonde umas tentam serem melhores que as outras, através de sua competência.

A Rede Globo, conseguiu, através de Roberto Marinho, galgar todos os degraus, até chegar ao ponto de servir como referência de tudo quanto era bem feito; afinal era o tempo do “padrão Globo de qualidade”. Como somos mortais, independente de nossa condição sócio econômico, Roberto Marinho se foi, e com ele o bom senso de responsabilidade. Seus herdeiros, que receberam o poder de mão beijada, não souberam honrar o nome do pai, quando desmentiram opinião dele relativo a 1964, assim como  o patrimônio recebido, que aos poucos foram dilapidando, sem falar em  sua credibilidade, ao associarem-se, com o que existe de mais rasteiro na politica brasileira; sempre acreditaram que eram donos dos destinos de nosso País, até darem de “cara” com um maluco, que não aceita suborno, e que não precisa de propaganda, para mostrar o que tem de bom.

Acostumados que estavam em ditar normas, julgando-se maiores que a Constituição Brasileira, e trazendo na manga, a ficha corrida, dos corruptos, passou a acreditar que estava acima da lei e da ordem. Quando encontrou alguém que conhecia o seu “Calcanhar de Aquiles”, começaram as tentativas de o desestabilizar, usando todos os artifícios legais e ilegais; não encontrou ressonância em suas acusações, o que culminou com a apresentação, em seu principal programa de notícias, no dia 1º de maio, DIA DO TRABALHO. A fim de querer acreditar, que a empresa poderia ter uma recaída e mostrar a realidade, resolvi acessar esse programa, depois de meses depurando o meu direito de escolha, assisti ao Jornal Nacional.

Nunca tive qualquer contato com Roberto Marinho e nem trabalhei em nenhum de seus órgãos de imprensa, apesar de ser radialista e jornalista, mas sempre o respeitei e admirei, e me pergunto: será que vale a pena dedicar uma vida para construir um império e deixar na mão de quem não respeita o seu passado? Enquanto outras emissoras mostraram o que foi a manifestação de brasileiros, em todas as cidades do Brasil, com milhões e milhões de patriotas, vestidos de verde amarelo, entoando o Hino Nacional Brasileiro, a Vênus Platinada dava destaque ao que existe de mais sórdido na politica brasileira, e tendo que se submeter a dar crédito para entidades que representam as quadrilhas chefiadas pelos entrevistados. Chegaram ao fundo do poço. Como brasileiro, me sinto vilipendiado por ter tido a esperança de que ela voltasse a ser o nosso orgulho. O que será difícil, pois estão à beira do abismo, mas, se assim como seu pai, souberem escolher o lado certo, poderão ter salvação. 

Ruy Telles - Sobradinho