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A CPI do Covid chega em boa hora - César Cantu

Durante o ano de 2020, Bolsonaro tratou o enfrentamento da covid 19 de forma ideológico-política com trágicos resultados no enfrentamento da pandemia: Atrasos na aquisição de vacinas, falta de medicamentos, equipamentos e uma balbúrdia geral na gestão da crise por sua absoluta falta de liderança exigida pelo cargo. Em boa hora, uma CPI foi instalada para avaliar tudo isso.

 

Agora, 2021, parece que tudo volta a se repetir com o caso da vacina Sputnik, já aceita em 62 países, com eficácia de 91,6% e  que um consórcio de 10 governadores está importando da Rússia para suprir a escassez do produto.

 

A Anvisa, um órgão técnico, negou a aprovação. Em princípio, nada anormal. Mas, novas notícias aparecem e suspeitas são levantadas. O diretor geral do fundo da Sputnik disse que a Anvisa é mentirosa e estava agindo politicamente para atender a uma pressão dos Estados Unidos para o Brasil não abrir o mercado brasileiro à vacina russa. Citou um relatório do Depto de Saúde e Serviços Humanos dos EUA (Publicado em 17.01.21, ainda no governo Trump) que declarou que “o adido de saúde americano havia persuadido o Brasil a rejeitar a vacina russa”.

 

Cabe destacar que, se a importação autônoma dos governadores se concretizar, seria mais uma comprovação efetiva da incapacidade de gestão do governo Bolsonaro que não conseguiu atender à demanda no prazo. O presidente da Anvisa, nomeado em 09.11.2020 por Bolsonaro, é médico e fez carreira militar na Marinha, chegando ao posto de contra-almirante.

 

 

César Cantu

2021.04.28

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