Facada ou "Fakeada"? - César Cantu
Facada ou “fakeada”? Esse assunto sempre surge em pauta. Pediram a minha opinião e respondi:
- Bolsonaro sofreu mesmo uma facada?
- De acordo com a cena, tudo leva a crer que sim.
- Percebeu-se algum sangue em cena?
- Não. Em cena, ninguém viu sangue.
- É possível uma facada sem sangue?
- Em algumas situações, sim. Por exemplo, se a pessoa não tiver sangue.
- Por que os guarda-costas do candidato Bolsonaro permitiram a aproximação de uma pessoa armada?
- É difícil de explicar; afinal, eram pessoas experientes.
- E porque a vítima que, rotineiramente, usava colete, não estava usando justamente naquele dia?
- Talvez a própria vítima possa esclarecer melhor.
- Quem é o maior interessado em elucidar os mandantes do crime?
- O maior interessado costuma ser a vítima, no caso, o capitão Bolsonaro.
- Quem possuía as melhores condições de elucidar o crime?
- Alguns meses depois, empossado como presidente, a vítima, então como presidente, detinha o poder sobre todos os órgãos investigativos e, portanto, era a pessoa que tinha mais condições de elucidar o crime.
- E por que isso não foi feito?
- Seria melhor perguntar ao presidente.
- Durante todo esse tempo, o presidente, sua família e pessoas próximas têm demonstrado grande empenho em elucidar o crime?
- Absolutamente, não. Não ao nível de empenho que costumam ter nessas situações, principalmente quando se trata da própria família.
- Mas, o presidente fica denunciando que é preciso descobrir quem está pagando os advogados do criminoso.
- Sim, isso é óbvio, mas ele é a pessoa que poderia descobrir facilmente. Basta intima-los a depor e, se ela não quiser confessar, basta abrir os sigilos telefônicos e bancários.
- Mas, o presidente não fez isso?
- Não, não fez. Apenas diz que é preciso descobrir.
- Você conhece algum fato relevante relacionado ao crime?
- Além dos citados, cito a coincidência de o criminoso, residente no interior de Minas, ter feito treinamento de tiro no Rio Grande do Sul, mesmo local frequentado pelos filhos do presidente.
- No processo eleitoral em curso, quem saiu favorecido com o evento criminoso?
- Sem dúvida, a vítima. Totalmente inferiorizada sob o enfoque comportamental e intelectual, e com histórico de vida altamente vulnerável, poderia ter um resultado catastrófico para a sua campanha ao debater com um professor universitário reconhecido como de notória sabedoria.
- O presidente possui alguma ligação com indivíduos ligados ao crime que poderia induzir a alguma coisa?
- Sim, algumas pessoas ligadas às milícias do Rio de Janeiro sempre circularam no entorno do presidente e sua família, em algumas vezes, com ligações muito próximas, de natureza profissional, amizade e vizinhança residencial.
- Se o presidente quiser, ele pode elucidar, totalmente, o crime?
- Em tese, sim, e em poucas semanas já que controla todos os órgãos investigativos.