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Tempo de mudança - Carlos Henrique Abrão

O mundo vive o pesadelo enfadonho e torturante da pandemia sem fim, mas precisamos virar a página amarga da história e tentar focar na saúde da população, melhor distribuição de renda e recursos para que a sociedade de um modo geral possa atravessar ilesa o período de dificuldade.

Enquanto a mídia martelar e os interesses econômicos prevalecerem, os números serão assustadores e não diminuiremos ou mataremos o vírus. Pois bem: o Governo EUA acaba de aprovar um plano de 2 trilhões de dólares para infra estrutura e com isso também passará a cobrar impostos dos cidadãos e corporações de grandes posses.

No Brasil, ao contrário, sempre estamos batendo na mesma tecla e nada avança, ao contrário tudo retrocede e da pior forma possível. Cada dia a esperança parece distante e o transtorno da exclusão social abundante.

Não adianta mantermos reservas de quase 400 bilhões de dólares se estamos distantes de um bom produto interno bruto e do emprego. As empresas, todos sabem, jamais serão as mesmas e muita atividade micro e de pequeno porte  terá um cenário desolador, na medida em que a clientela, o ponto, e a falta de caixa - tudo incidirá no paulatino fechamento do negócio empresarial.

O Brasil precisa rapidamente investir na infraestrutura, começar a adotar diretrizes que modernizem portos, aeroportos, e principalmente, mediante transporte ferroviário, além é claro de natureza fluvial e marítima, pois que somos muito atrasados na perspectiva de um marasmo multisecular. 

O governo necessita de um plano rápido, eficiente e de grandes mudanças, e para tanto o que é fundamental diz respeito ao panorama para que possamos colher frutos dentro de uma década. Não fossem copa do mundo e jogos olímpicos gastos 100 bilhões pelo ralo teríamos uma situação mais confortável esse porte de organização não se destina à Nação emergente e sim País do primeiro mundo rico que pode usufruir de benefícios sem sacrificar sua população.

Que em tempos promissores que nos ligam ao sentimento cristão e da Páscoa todos indistintamente possamos ressuscitar da letargia e cooperar com um objetivo comum, pois o que temos hoje no Brasil é uma completa falta de razoabilidade e bom senso. Ninguém quer o melhor, mas o atraso e desintegração da própria sociedade.

Que façamos uma trégua e que a sociedade juntamente com a classe política e empresarial, todos se unam na confraternização inspiradora da Páscoa e nela frutifiquemos uma aliança em torno da vida, da reconstrução do amor e sobretudo da esperança para superarmos os impasses e idiossincrasias de ideologias assentadas numa cegueira deliberada contra o Brasil.

Carlos Henrique Abrão é Doutor em Direito Comercial pela USP com especialização em Paris, professor pesquisador convidado da Universidade de Heidelberg, autor de obras e artigos.