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Lugar de ladrão é na cadeia... - Jorge Serrão

Há alguns comportamentos inúteis e inconsequentes neste momento covidiano em que o Brasil se prepara para mudanças - para o bem e para o mal. O primeiro é reclamar de tudo, mas nunca apresentar soluções práticas para os problemas. O segundo é acreditar em “salvadores da Pátria” e confiar que a máquina estatal jogará a favor do povo, caso seu “ídolo” chegue ao Palácio do Planalto. O terceiro é o extremismo radicalóide: esculachar destrutivamente o Presidente da República ou idolatrá-lo como se fosse um mito que não pode ser criticado.

 

O Brasil não é para amadores, mas sim para mamadores. Nosso Capimunismo é estruturalmente corrupto, patrimonialista, clientelista, assistencialista, populista, improdutivo, especulativo e perdulário. O Estado funciona para servir ao Mecanismo do Crime Institucionalizado - cada vez mais organizado e criativo em seus fins maléficos. A maioria esmagadora dos brasileiros se acostumou a sobreviver na “Estadodependência”. Por isso, intuitivamente, defende e elege “governos fortes”, autoritários, que abusam do poder, passam por cima das leis (em excesso) e exageram na demagógica narrativa populista.

 

O pandemônio covidiano expôs todos os vícios, defeitos e fragilidades do modelo Capimunista Tupiniquim. Nossos governos, em todos os níveis, dão um show de incompetência no trato de uma crise grave - mas que é amplificada, midiaticamente, por descarados interesses políticos e econômicos. A narrativa fúnebre tende a se tornar inútil, em breve, assim que tivermos vacinas a tomar com pau. A confusão gerada agora na produção vai dar lugar a uma natural retomada empreendedora. Agora é hora de se cuidar, organizar e planejar. A melhora pode demorar mais que o desejável, porém é inevitável.

 

Assim que o pandemônio arrefecer, o mundo vai assistir a outra mudança impressionante. A Internet das Coisas vai se tornar realidade a pleno vapor. Os sistemas 5G e 6G serão implantados em altíssima velocidade. Os velhos oligopólios podem não estar com os dias contados, mas vão sofrer uma sacudida com uma concorrência nunca antes vista, nem experimentada. O avanço tecnológico vai operar uma nova “revolução” - ou “evolução”. O Brasil será forçado a sair da inércia Capimunista Rentista que nos mantém subdesenvolvidos. O processo é inevitável. O mundo 4.0 vem com tudo.

 

Precisamos nos conscientizar que é fundamental sair da vanguarda do atraso. Infelizmente, o Brasil idiotizado ainda é refém do medo gerado pelo tsunami covidiano. Mas a desgraça vai passar. Pode até ser substituída por outra onda viral, mas essa da Covid-19 será ultrapassada. Por isso, não é recomendável embarcar na ejaculação política precoce da sucessão presidencial de 2022. É irresponsabilidade, burrice e canalhice deflagrar, tão cedo, e em meio a um pandemônio, o processo de substituição de Bolsonaro - previsto legalmente para acontecer em outubro de 2022.

 

Investir no impeachment de Bolsonaro é uma combinação de estupidez com sacanagem. Se o estilo Bolsonaro de governar desagrada, é legítimo que ele seja substituído na próxima eleição. O inverso, logicamente, é natural. Se ele for bem avaliado pelo eleitorado, tem direito de se (re)eleger. Tem pouca chance de prosperar a polarização de Lula contra Bolsonaro. O petralha desmoralizou a honradez. No máximo, causará aquela confusão de bêbado. Tem reduzida chance eleitoral. Lugar de ladrão é na cadeia e na lata de lixo da História.

 

O Brasil entra na fase de desinfecção. Do vírus mortal e da política corrupta, tão ou mais assassina que a doença da moda. O governo Bolsonaro, bom ou ruim, cumpre a etapa de transição. Bolsonaro não é o fim. Tudo indica que será o meio do caminho. O Presidente vai balançar, mas dificilmente vai cair - pelo menos do jeito desejado pelos inimigos. Só não pode cometer erros infantis.

 

O brasileiro é que precisa acordar para a necessidade de temos de evoluir para o Capitalismo Democrático. Temos de debater e colocar em prática um Projeto Estratégico de Nação. A discussão deve começar pela Reforma Política. Do contrário, se não avançarmos para um governo 4.0, seremos engolidos pelo subdesenvolvimento.