Há mais de 40 anos morando na capital do Brasil, já cansei de ouvir, de adversários, que gostam de denegrir o que não conhecem; dizem que Brasília é uma cidade sem alma, e que nada existe que os prenda a mesma. Esses só conhecem, se conhecem, o eixo monumental e a esplanada. Tenho plena certeza de que quem assim fala, jamais chegou a janela de sua residência e olhou para o alto, para ver o mais belo céu do País; jamais andou pela orla do lago Paranoá, ou foi a água mineral; não andou pela maior área de lazer do mundo, em um domingo ou feriado – são quase 20 km de extensão de um eixão destinado ao lazer da população; usam o parque da cidade como desvio para cortar caminho, sem nunca  sentar a beira do laguinho, ou andar de pedalinho. Que tal um passeio pelo zoológico, ou então no jardim botânico; não sabem que no final da asa norte, tem um local bucólico para caminhadas, exercício físicos e, principalmente para meditação, chamado Olhos d’água.  Se nada disso o agradar, tire um dia para andar pelas quadras residenciais, principalmente as 700 da asa norte, a fim de viver a vida. A cidade tem dois tipos de habitantes: os que moram em Brasília e os vivem Brasília; eu faço parte do segundo grupo.