Imagem responsiva

Bolsonaro, Zé Dirceu e Lula - Jorge Serrão - Alerta Total

Jair Messias Bolsonaro coleciona uma penca hedionda de inimigos. Acontece que dois deles são os mais perigosos e próximos: seu estilo e sua língua. É praticamente um consenso entre apoiadores sinceros, aliados convenientes, seguidores fanáticos e até adversários que o Presidente fala demais. Exceto os bolsonaristas sem noção, a maioria avalia e aconselha que Bolsonaro deveria medir melhor a conseqüência imediata de seus discursos de improviso e suas aparições públicas no jeitinho populista.

O presidente Bolsonaro cometeu ontem um imperdoável “sincericídio”. Referindo-se à caótica estrutura estatal, em conversa com apoiadores, Bolsonaro desabafou: "Chefe, o Brasil está quebrado, e eu não consigo fazer nada. Eu queria mexer na tabela do Imposto de Renda, teve esse vírus, potencializado por essa mídia que nós temos. Essa mídia sem caráter. É um trabalho incessante de tentar desgastar para tirar a gente daqui e atender interesses escusos da mídia".

 

A extrema mídia, rapidamente, tirou proveito da expressão “País quebrado” dita pelo primeiro-gestor da Nação. O mercado, para variar, aloprou. Economistas caíram de pau no presidente. Foi necessário o socorro imediato do famoso “Posto Ipiranga” para não botar mais gasolina no fogo do inferno de Bruzundanga. O ministro da Economia, Paulo Guedes, produziu, depressa, uma “tradução” oficial para o desabafo presidencial: “Não há nenhuma divergência entre nós. Obviamente, o presidente se referiu à situação do setor público. A economia está voltando em V e o setor privado está decolando. O presidente reforçou o compromisso do governo com o teto de gastos”.

O Secretário de Política Econômica do Ministério da Economia também saiu em socorro de Bolsonaro. O economista Adolfo Saschida ponderou que o presidente usou “um jargão popular”, mas garantiu que o Brasil “de maneira alguma, de jeito nenhum” está quebrado: "O que o presidente deu foi uma tremenda declaração em defesa da consolidação fiscal, mostrando o compromisso do presidente da República com a estabilidade macroeconômica. Eu pessoalmente acho que é um tipo de declaração que mostra para todo o mercado que o presidente está sim comprometido não apenas com agenda de reformas, mas com a agenda de consolidação fiscal".

 

Por uma infeliz coincidência, o sincericídio ou precipitação verbal de Bolsonaro aconteceu no mesmo dia em que o ideólogo petralha José Dirceu de Oliveira e Silva convocou, claramente, um golpe para derrubar Bolsonaro: “Não podemos esperar até as eleições de 2022 para remover Bolsonaro do cargo de Presidente”.

A malandra pregação golpista de Dirceu só reforça a pergunta que continua valendo e com resposta de risco cada vez maior: Será que a vacina do Centrão será suficiente para permitir que Jair Bolsonaro agüente a pressão que será feita para derrubá-lo, ainda em 2021, ou, se não der certo o “golpe”, desgastá-lo a ponto de inviabilizar uma suposta reeleição em 2022?

A sucessão presidencial de 2022 começa radical e extremamente antecipada. Dirceu é apenas mais um que cumpre o previsível roteiro oposicionista de convocar a ignara massa esquerdopata para acabar com Bolsonaro o mais depressa possível. A ejaculação precoce de politicagem faz parte do jogo sujo programado por aqueles que vem sabotando e quase destruindo o Brasil desde a proclamação da “Nova República” de 1985.

Dirceu joga para a galera de otários, apostando que seu líder-fantoche Luiz Inácio Lula da Silva, em breve, terá seus direitos políticos reabilitados por decisões do Supremo Tribunal Federal.

Diante dos golpes esperados, a torcida é para que Bolsonaro não colabore com o sonho-pesadelo da petelândia & afins. O presidente só precisa não fazer besteira e nem falar bobagem. Sua missão é agir politicamente para viabilizar a aprovação das reformas no Congresso Nacional. Ficar reclamando que é difícil governar ou que o País está quebrado nada resolve e ainda beneficia os infratores da Nação.

Resumindo: Fale menos e faça mais, presidente Bolsonaro. É o mínimo que espera quem o elegeu em 2018. Não banque o Donald Trump dos Trópicos. O original Republicano (com fraude ou não) foi derrotado pela esquerda Democrata nos EUA. Caso se confirme a conquista da maioria democrata no Senado, o governo de Joe Biden e Kamala Harrs vai deitar e rolar, tripudiando Trump. A América do Norte racha politicamente e há quem aposte em guerra civil com formato pós-moderno. A conferir.

Para terminar, os únicos conselhos úteis para Bolsonaro não virar um pobre Trump: Cuide da saúde, bote um freio na língua e cumpra a pauta política e econômica das reformas. O resto será boa conseqüência... Se fracassar na economia, tudo vai para o brejo, inclusive a suposta reeleição. Se Bolsonaro vacilar, a centro-esquerda e seu Capimunismo social-democrata retomam o poder no Brasil em 2022. O covidão é um grande cabo eleitoral deles...

O mais preocupante, neste começo de terceiro ano de governo, é que Bolsonaro não conseguiu romper com a anarquia feudal tupiniquim. E quando reclama que o “País está quebrado” sinaliza que continua refém da Turma do Mecanismo... Assim, não dá...