Bolsonaro
É inacreditável a capacidade do presidente Jair Bolsonaro de implodir o país. Todos os dias, a maior autoridade do governo, aquela que deveria pacificar o Brasil e criar as condições para o crescimento econômico, abre uma crise e só empurra o país ladeira abaixo.
A implosão do PSL, partido pelo qual se elegeu, é o mais novo capítulo das trapalhadas feitas pelo presidente. Em vez de manter a legenda unificada, focada em fazer andar os projetos de interesse do governo para estimular a economia, Bolsonaro estimula a cizânia.
Esse, com certeza, não é o papel de um presidente sério, disposto a enfrentar as mazelas do Brasil. Vejam: enquanto o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulga que a pobreza extrema voltou a crescer no país, Bolsonaro está mais preocupado em fazer os filhos acessarem os milhões que estão no caixa do PSL.
O presidente, infelizmente, está caindo no descrédito. Num dia, ele diz que não está tratando de nada que se refira à crise no PSL. No outro, aparece um áudio em que ele negocia uma forma de destituir o líder do partido, o delegado Waldir. Em vez de assumir o erro, reclama que foi grampeado.
Cá para nós, esse tipo de comportamento é um escárnio com os milhões de eleitores que acreditaram no discurso de que uma nova era começaria na política após a abertura das urnas em outubro passado.
Decepção
Passados quase 10 meses do governo Bolsonaro, o que se pode dizer é que o presidente ainda não assumiu o cargo, continua no palanque, tentando manter o apoio de uma massa de seguidores que, se ressalte, está cada vez menor. Por menos informado que seja, o cidadão de bem cansa de ser enganado.
Como disse o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, sempre sensato, o Brasil poderia crescer este ano pelo menos 1,54% não fossem os “choques” que se abateram sobre o país. Ele só esqueceu de dizer que muito do desapontamento com a economia tem a ver com as crises estimuladas pelo chefe do Executivo.
Enquanto isso, a grande maioria da população vai tentando driblar as dificuldades, lidando com mazelas que o governo resiste em enfrentar. Mas, para Bolsonaro, isso parece não ser problema dele, mesmo estando sentado na cadeira mais poderosa do país.