Estudo técnico sobre a bacia do Ribeirão, esperança para o projeto - Neyrilene Costa
Para que melhores medidas de conservação sejam tomadas, o SOS Ribeirão Sobradinho reivindica, há muito anos, dos órgãos ambientais do Distrito Federal um estudo técnico sobre a bacia do Ribeirão. Depois de muitos esforços, o pedido foi atendido. Então, em agosto de 2020, a Gestão de Ativos Ambientais e Florestais (GETAF) foi contratada para a realização do estudo por meio do Instituto Brasília Ambiental (Ibram).
As análises ainda não começaram, dependem ainda de uma reunião entre a empresa contratada e o Ibram. O estudo tem a previsão de conclusão em até 18 meses, após seu início, para que novas medidas sejam tomadas.
Para o vice-presidente do SOS, Cláudio Odilon, a execução do estudo traz esperanças ao projeto e ao ribeirão. “Eu espero e acredito que esse estudo possa trazer várias respostas às demandas que o SOS Ribeirão vem lutando há anos para resolver, como melhorias na drenagem das águas, apontamentos de lançamentos de esgotos indevidos, problemas de ocupações irregulares, etc. Então, esse estudo deverá apontar soluções, trazendo luz para as próximas ações”, destaca.
Entenda o estudo
A Gestão de Ativos Ambientais e Florestais (GETAF), empresa de consultoria e gestão ambiental, é a contratada para elaboração das análises. Serão realizados estudos técnicos para criação e recategorização das Unidades de Conservação da Unidade Hidrográfica do Ribeirão Sobradinho. A contratação da GETAF foi feita no âmbito do Ibram, ao utilizar recursos provenientes de compensação ambiental devida pela empresa Votorantim Cimentos.
Para a elaboração da análise, serão coletados dados e materiais na área e, também, será feito um levantamento de informações já disponíveis sobre a região. Serão feitos, ainda, estudos sobre os meios físicos, bióticos, socioeconômicos e antrópicos, além de análises integradas que permitem consolidar as informações levantadas. Diversos pontos da unidade do ribeirão serão analisados para que se tenha um melhor panorama das áreas a serem conservadas.
Com o estudo, o objetivo é criar, ampliar ou manter as Unidades de Conservação, considerando as áreas prioritárias para a conservação de espécies da flora e da fauna e proteção dos processos ecológicos diagnosticados. Além de informar as atuais condições ambientais, hídricas, sociais, de uso do solo e fundiária da UH.
“O estudo deverá indicar um pré-zoneamento para as unidades de conservação e ações para reverter os passivos ambientais existentes e, dessa forma, melhorar a qualidade dos corpos hídricos que fazem parte da Unidade Hidrográfica do Ribeirão Sobradinho”, explica a engenheira florestal, especialista em gestão ambiental e servidora do Ibram, Carolina Amario.
Próximo passo
Após a avaliação das características da UH do Ribeirão Sobradinho, haverá propostas de criação, recategorização ou ampliação das Unidades de Conservação. O estudo mostrará as áreas prioritárias para a conservação e, também, haverá consultas públicas para a instituição legal dessas áreas. O que leva à elaboração dos planos de manejos dessas unidades criadas. Informaremos sobre as audiências para que todos possam participar das decisões.
A engenheira florestal destaca, ainda, a importância da execução deste trabalho. “A realização do estudo é uma vitória para o ribeirão. Ele trará ações elencadas que visem melhorar a qualidade dos corpos hídricos que fazem parte da Unidade Hidrográfica do Ribeirão Sobradinho. O trabalho em conjunto entre o Ibram, o SOS, a Agência Reguladora de Águas, Energia e Saneamento Básico do Distrito Federal (Adasa) e a comunidade foram fundamentais para que chegássemos até aqui”, afirma Carolina Amario.