Origem das notas Dó, Ré, Mi, Fá, Sol, Lá e Si - Carlos SA
Guido D'Arezzo (992 — 1050) que foi um monge italiano e regente do coro da Catedral de Arezzo (Toscana), província de seu nascimento, foi o criador da notação moderna, com a criação do tetragrama, encerrando com o uso de neumas na História da Música, e batizou as notas musicais com os nomes que conhecemos hoje: dó, ré, mi, fá, sol, lá e si (antes, ut, re, mi, fa, sol, la e san), baseando-se em um texto sagrado em latim do hino a São João Batista.
Guido foi um monge nascido por volta de 991 ou 992, sua carreira inicial foi passada no mosteiro de Pomposa, na costa adriática, perto de Ferrara. Enquanto lá, ele notou a dificuldade que os cantores tinham em se lembrar de cantos gregorianos.
Ele veio com um método para ensinar os cantores a aprender canto em pouco tempo, e rapidamente se tornou famoso em todo o norte da Itália.
Com o intuito de utilizar novas técnicas musicais para um ensino mais qualificado, Guido se inspirou no hino a São João Batista, composto por outro monge, Paolo Diacono, três séculos antes.
Guido retirou a primeira sílaba da primeira palavra de cada verso do hino e as utilizou para representar as notas musicais, que depois de sofrerem pequenas alterações se transformaram nas notas que conhecemos e cantamos nos dias de hoje: dó, ré, mi, fá, sol, lá e si.
A nota Si (última da escala) foi o resultado de uma adaptação, a junção das primeiras duas letras das palavras Sancte e Iohannes, presentes no último verso do poema.
Tradução do hino em latim para português:
Ut queant laxis...Resonare fibris...Mira gestorum...Famuli tuorum...Solve polluti...Labii reatum...Sancte Ioannes...
SIGNIFICADO:
“Para que teus grandes servos possam ressoar claramente a maravilha dos teus feitos, limpe nossos lábios impuros, ó São João.”
Cinco séculos depois, incomodado com o som da primeira sílaba (Ut), o violinista e compositor italiano Giovanni Maria Bononcini incrementou uma mudança para facilitar o canto, com a terminação da sílaba em uma vogal. Excluiu o Ut e trocou-o pela sílaba Do, oriunda de Dominus (Senhor em latim).
A Guido d'Arezzo é também atribuída a invenção da "Mão Guidoniana", um sistema mnemônico usado para o ensino da leitura musical, em que os nomes das notas correspondiam a partes da mão humana.