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Aprendendo nas derrotas - Ruy Telles

Estou com 83 anos, e esta eleição me ensinou uma dura lição, que não gostaria de aprender.  Desde a mais tenra idade eu tinha um sonho, o de ser um grande atleta e ganhar prêmios e ser um vencedor, mas para isso, eu teria que me dedicar ao máximo, deixando de lado algumas das consideradas diversões da juventude, tais como: participar de turminhas que ficavam até de madrugada na rua, em bares ou boates, ingerindo bebidas alcoólicas; naquela época as drogas, como maconha, crack e cocaína não eram conhecidas.

Aos 13 anos, eu e meu irmão Lory, com 15 anos, levantávamos de madrugada, em um frio de zero grau, em Caxias do Sul, e começávamos a correr, descalços, pelas ruas da cidade, a fim de, treinar para as tradicionais corridas rústicas (pés descalços por falta de dinheiro para comprar tênis); jamais fumei ou tomei bebida alcoólica. Valeu a pena, pois fui campeão em várias modalidades (Jiu Jitsu, futebol, futsal, tênis de mesa, corridas de pista, natação, etc.). Deveria ter me dedicado somente a uma que poderia ter me levado a Jogos Olímpicos.

Por várias vezes fui derrotado; cumprimentava o vencedor e começava a treinar, para vencer na próxima, pois, sabia que dependeria só de mim a superação. Tanto eu quanto meus adversários usávamos da lisura nas disputas e as regras eram cumpridas. O tempo passou, a idade chegou e as regras mudaram. Casei, tive filhos que me deram netos e bisnetos;  a eles ensinei a essência da vida, principalmente a de não usar meios escusos para conquistar glórias, passageiras, mas sim a de servir, sem pensar no que iria ganhar, pois a maior vitória que existe é a de ter a consciência tranquila do dever cumprido. Em função de minha atividade profissional, morei em várias cidades deste Brasil (Bento Gonçalves ~RS. Itajubá e Passos em Minas, Rio de Janeiro e Brasília) em cada uma dessas cidades deixei marcas e amigos; conheço o Brasil de Norte a Sul, de Leste a Oeste; das Coxilhas do Rio Grande, a Selva Amazônica; do Litoral ao Pantanal.

 

Entrei para a política desportiva, tendo conquistado o respeito, por parte dos adversários. Como candidato a cargo politico partidário, sempre fui bem votado, mas nunca eleito, pois me negava a trair minha consciência, tentando destruir os adversários, ou prometendo o que não tinha condições de fazer. Nas eleições presidenciais, neste ano de 2022, tive a maior tristeza de minha vida, não por meu candidato ter sido derrotado, pois com tantas eleições que já votei, e nesta mesma, alguns de meus candidatos foram derrotados, mas a maior decepção é descobrir que no País, que jurei defender e, ainda me orgulho de pertencer, as leis não são cumpridas, por quem deveria defendê-las, e que o “O CRIME COMPENSA”.  

 

Ruy Telles - Sobradinho