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Inédito sobre Leila Diniz no Festival de Cinema

Entre 7 e 14 de dezembro de 2021, os entusiastas do cinema nacional têm encontro virtual marcado na 54ª edição do Festival de Brasília do Cinema Brasileiro. Em função da pandemia de Covid-19, todas as atividades apresentadas acontecem virtualmente, contemplando a exibição dos 63 filmes programados na plataforma de streaming InnSaei.TV, sendo os longas da mostra competitiva nacional apresentados também no Canal Brasil.

Com cerimônia de abertura transmitida pela InnSaei, a homenageada da noite é Leila Diniz, frequentadora ilustre do Festival de Brasília em seus primeiros anos. Apresenta-se Já que Ninguém me Tira pra Dançar de Ana Maria Magalhães (91 min, 2021, RJ), documentário realizado a partir de restaurações de entrevistas concedidas por Leila (1945-72). Nesta noite, a cineasta e gestora cultural Olga Futemma recebe a medalha Paulo Emílio Salles Gomes, concedida a grandes contribuintes da memória e pensamento do cinema nacional.

No encerramento do festival, além da divulgação dos vencedores das Mostras Competitiva e Brasília (filmes já divulgados, veja aqui), apresenta-se Abdzé Wede’Õ - Vírus não tem cura? (55 min, 2021, MT), obra de Divino Xavante que denuncia os impactos do Coronavírus na vida dos povos Xavante. Durante a cerimônia de premiação, homenageia-se a atriz Léa Garcia (88 anos), que ganha Candango Especial pelo Conjunto da Obra.

Em 2021 o Festival de Brasília exibe duas mostras paralelas propostas pelos curadores do festival – Tânia Montoro e Sílvio Tendler. A mostra Sessentinha, reúne nove clássicos do cinema brasiliense, entre eles Louco por Cinema (André Luiz Oliveira, 100 min, 1995, DF), Braxília (Dannyella Proença, 17min35s, 2010, DF), Sequestramos Augusto César (Gui Campos, 22 min, 2004, DF) e a exibição especial de cópia restaurada de O país de São Saruê (Vladimir Carvalho, 123 minutos, 1971, PB).

A mostra Memória e Linguagens é composta por quatro longas-metragens que investigam a cultura brasileira por meio de personagens, situações, criações artísticas e da própria formatação da identidade nacional. Os Ossos da Saudade (Marcos Pimentel, 107 minutos, 2021, MG), Procura-se Meteorango Kid: vivo ou morto (Marcel Gonnet e Daniel Fróes, 99 min, 2022 – previsão, BA), Rolê – Histórias dos Rolezinhos (Vladimir Seixas, 82 min, 2021, RJ) e Samba Riachão (Jorge Alfredo, 86 min, 2001, Bahia) são os títulos exibidos.

Outros dois longas e 15 curtas ganham exibição pelo Festivalzinho, mostra infanto-juvenil com curadoria do Cineduc – Cinema e Educação, dividida entre a exibição do premiado longa O Menino e o Mundo (Alê Abreu, 80 min, 2013, SP), de cópia restaurada do de Aventuras com Tio Maneco (Flávio Migliaccio, 97 min, 1971, RJ), e de dois programas com curtas-metragens: um voltado a adolescentes de 13 a 17 anos, e outro para crianças de 6 a 9 anos, com obras do Amazonas, Bahia, Ceará, Minas Gerais, Rio de Janeiro, Rio Grande do Norte, Roraima e São Paulo.

Além dos filmes, o Festival de Brasília programa masterclasses, seminários e painéis setoriais, atividades voltadas ao mercado, oficinas e os clássicos e acalorados debates, todos realizados na plataforma Zoom sem inscrição prévia (com exceção das oficinas). As masterclasses gratuitas contam com as presenças ilustres de Ruy Guerra, Helena Solberg, Amos Gitai e Costa-Gavras. As atividades de mercado, debatem cinema industrial, games, realidade virtual, circuitos de festivais e as perspectivas do audiovisual para um futuro próximo. Entre os convidados estão Christiane Jatahy, Daniela Thomas, Viviane Ferreira, Eliane Russi, Pedro Butcher, Maya Da-Rin e Ilda Santiago, responsável pela articulação destas atividades. 

Nos seminários e painéis setoriais, serão debatidas narrativas femininas, periféricas, indígenas e quilombolas, o futuro dos cineclubes, hibridismos no cinema, cinema e educação. Entre outros temas, celebra-se também o centenário do cineasta francês Chris Marker. Fernando Gabeira, Cibele Amaral, Robert Grelier, Susanna Lira, Vladimir Carvalho e  Paula Saldanha são alguns dos confirmados.

Nos debates, além da oportunidade de reflexão sobre todos os filmes exibidos, realiza-se outra homenagem, agora ao documentarista chinês naturalizado britânico Adrian Cowell. E nas oficinas, com inscrições encerradas em 21 de novembro, os inscritos participam de atividades ferramentais sobre produção colaborativa, games, animação, roteiro, finalização e produção de web-documentários. Entre os convidados estão Kevin MacDonald, Liana Brazil, Cavi Borges, Felipe F. Costa, Adriana Mota e Fabiano, o Silva.

O Festival de Brasília do Cinema Brasileiro é realizado pela Secretaria de Cultura e Economia Criativa do DF em parceria com a Associação Amigos do Futuro e apoio do Canal Brasil, InnSaei.TV, Naymovie e CiaRio.