31/01/2019 Um passageiro sem destino - Rodrigo Leitão
Rodrigo Leitão, das terras de Sobradinho
Estive por uns dias naquela que deveria ser a capital deste país, São Paulo. Pelas horas em que lá estive pude ter uma agenda recheada de eventos, lugares, pessoas, momentos, sons, cheiros, gostos e idiomas variados. Foi para mim um deleite como a criança que se lambuza de chocolate no mês de setembro. A terra da garoa propicia aos cidadãos mais apaixonados por uma vida cultural fervilhante uma infinidade de opções. E Deus viu que era bom! Teve espetáculo teatral dentro de um shopping e às 23h (acredite, 23 horas!!!!); teve memorial com festivais distintos e uma bela cerveja escura alemã Dunkel - pra quem nunca provou, fica aí a dica; teve aquele café num lugarzinho muito bacana perto do Parque Buenos Aires... São Paulo me ganhou faz tempo porque Brasília e o DF me perderam. Não pelas suas riquezas naturais mas sim pelo desmazelo e desmantelo que aqui impera seja no GDF azul, verde, vermelho, progressista ou o atual e que confesso não ter muita esperança não. O Paranoá continua sem um teatro, o de Sobradinho perdeu um roteiro e uma agenda lotada, o Estádio Mané só serve para gerar boleto mensal, o Teatro Nacional não serve nem de casa pra Orquestra, e por aí vai... É doloroso saber que nada mudará nos próximos anos, quem está no Palácio do Buriti se gaba de ser milionário, que ao ser eleito disse que iria fazercheck-up em São Paulo “(...) porque comi muita dobradinha na campanha!”. Se nem o próprio chefe do Executivo utiliza o SUS ou a rede privada de saúde no quadrado do Brasil, quem dirá os assalariados e aposentados nas filas dos postos e hospitais?! A única dobradinha que se percebe é aquela velha ponte que liga o nada a coisa alguma... E assim seguimos a vida, medíocres como nação, isolados como cidadãos e nulos como seres humanos!
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